Shawn Dubravac

CES LIVE: Estado da Industria de Tecnologia de Consumo e CES 2012

Antes da maior feira de electrónica começar, a primeira conferencia de imprensa apresentada por Shawn Dubravac, CEA chief economista e director of research, partilhou a sua visão sobre o estado da industria de tecnologia de consumo previsto para 2012.

Shawn Dubravac

Antes da maior feira de electrónica começar, a primeira conferencia de imprensa apresentada por Shawn Dubravac, CEA chief economista e director of research, partilhou a sua visão sobre o estado da industria de tecnologia de consumo previsto para 2012.

São duas as questões que todos querem saber: O que vai acontecer durante 2012? E quais as tendências predominantes a emergirem dos próximos dias. É que durante 4 dias, 20,000 novos produtos vão ser lançados perante 140,000 pessoas da industria.

Dos últimos dois anos de CES, 2010 e 2011, as principais tendências resumem-se a:

  • – além de HD (high definition) nas televisões;
  • – novos tamanhos de ecrãs;
  • – conteúdo conectado;
  • – customização e personalização.

Em 2010, 3D foi relançado dado que já existe há anos mas nunca massificado pois o preço tornou esta tecnologia impraticável.  Foi também a primeira vez que os e-readers demonstraram o novo caminho para a industria de publicação. Conteúdo mudou do modelo push para pull onde o consumidor teve finalmente a escolha de poder personalizar quando, como e em que formato a receber o conteúdo.

Tablets ainda não existiam e só os rumores de um tablet da Apple preparavam nos para uma nova tecnologia que assumíamos ser algo entre o notebook e laptop. O termo tablet vaio substituir o previamente utilizado slate. Mas a grande noticia vinha da Microsoft com o lançamento do produto com o maior crescimento de sempre no CES – o Kinect.

Smartphones começaram a crescer em tamanho com a LG a lançar o maior smartphone com 4.8 polegadas, deixando o consumidor perplexo com a aparente dificuldade em transportá-lo.

O ano de 2011 parece ter resolvido esta questão de portabilidade levando os smartphones voltando a tamanhos capazes de serem transportados num bolso – portable vs. pocketable. Mas o importante foi encontrar um meio termo entre usabilidade de tamanho de ecrã capaz de acomodar as suas novas funcionalidades.

Os que tiveram maior sucesso com os smartphones foram aqueles que perceberam quais os atributos seriam escaláveis sendo que o que acabou por vencer foi a inteligência do aparelho em torno do tamanho.

Com a introdução de sensores em aparelhos, os preços começaram naturalmente a baixar criando uma ‘sensor’ization da tecnologia de consumo. De escassez, que resulta num preço alto, para um bem comum com um preço irrisório. O Kinect da Microsoft inclui nada mais, nada menos, que 4 microfones e 2 câmaras.

Outra mudança foi nos apps onde historicamente aparelhos tinham apps que funcionavam isoladamente do hardware. Começamos a ver harware a integrar com os apps como o exemplo do Quadracopter Drone controlado por um iPhone.

A grande noticia com maiores expectativas para 2011 foi o lançamento de mais de 100 tablets, após o inicial sucesso do iPad que não foi lançado no CES. Alias, a Apple, bem como a Google, acabaram por deixar CES. Semanas antes de CES 2012 arrancar, Microsoft, o maior expositor e responsável pelo principal keynote dos últimos 14 anos, foi a mais recente empresa de peso a deixar CES.

Inteligência foi também em 2012 um dos componentes que alterou a nossa relação com a tecnologia. Já há muito tempo que captávamos informação (dados) mas foi só em 2012 que começamos a tirar partido dela, como no caso do MedStar Medication Compliance Monitoring System (MCMS) que proporciona monitorização e notificações em tempo real de uma receita médica. Na realidade a informação existia, só que não estávamos a fazer nada com ela.

Recon, lançou em 2012, óculos de proteção para snowboarding – Recon HUD goggles. Além da proteção, os óculos incluem um pequeno ecrã que mostra a velocidade, altitude e posicionamento por GPS. Além destas funcionalidades, os óculos também têm um cartão de memoria que grava o trajeto com toda a informação recolhida.

Ford Motor utilizou CES em 2011 para lançar o seu primeiro veiculo elétrico – o Focus Electric.

Resumindo, 2011 apresentou-nos:

  • – aparelhos portáteis e capazes de transportar no bolso;
  • – a utilização da inteligência na tecnologia
  • – sensores começaram a integrar-se na tecnologia de bem comum
  • – amplificação passou a app-lificação

Chegou então altura de falar sobre as tendências para 2012. Tendo atravessado a transição de analógico para digital, estamos agora a entrar no segundo período de transição – 10 anos a alavancar todos os aparelhos digitais. Com cada casa nos Estados Unidos a ter uma média de 25 aparelhos de tecnologia de consumo, o importante vai ser a sua interligação.

Antes do inicio de CES 2012, a CEA, que organiza esta, a maior feira de tecnologia, iniciou um inquérito aos compradores registados como participantes,  onde foi perguntado quais as principais tendências. Wireless e aparelhos wireless foram identificados como a principal tendência para 2012. Outros seguiram tal como lifestyle electronics, serviços de multi media com base na internet, o lar conectado, apps, tablets e aparelhos para streaming.

Dubravac identificou 3 principais tendências para este ano:

1. Morphing Computing: a fricção emerge de entre retirar a capacidade (power) dos aparelhos mas adicionado em aparelhos além do computador. Um exemplo é a Smart TV que cada vez mais comporta como um comutador. O mercado de televisões está a evoluir rapidamente sendo que a integração de Internet nas televisões atingiu os 12% de unidades produzidas em 2010 e em 2012 deverá chegar aos 50%.

2. Superphones: Os smartphones vão incluir quad core, vão ter capacidade de 4G tornando-os cada vez mais como computadores.

3. Ultrabooks: Devemos esperar ver 30 a 50 ultrabooks lançados e 50+ tablets. Outra tendência relacionada é a conectividade dos aparelhos, permitindo aceder a informação e ligar-se a múltiplos aparelhos.

2012 será o ano do interface. Nos Estados Unidos, o próximo enfoco será na experiência com a integração da Internet. Vamos ver a tecnologia a tomar um lugar secundário, escondido do utilizador – algo que a Apple sempre praticou.

Os comandos dos aparelhos estão a tornarem-se mais simples com a introdução de gestos e voz. Aliás, o comando é o exemplo do trajeto de inovação na tecnologia – de nascimento para complicação para simplificação para o produto desejado – poucos botões, gestos e controlo por voz.

Mas com o crescimento exponencial dos nossos assets, tais como fotografias, documentos, áudio e vídeo, o próximo desafio será a pesquisa e descoberta – organizar conteúdo e torna-lo detectável, não num só local mas sim em todos as nossa presenças.

A predomínio do lado pessoal será de igual forma algo que devemos ter em conta. Há 10 anos atrás, quando víamos televisão, todos víamos o mesmo conteúdo – rádio não era diferente. Com smartphones, tablets e mp3 players, mesmo que 2 pessoas tenham o mesmo aparelho, as suas experiências podem ser muito diferentes baseado na personalização.

Algumas outras tendências de menor impacto, prevê-se que incluam navegação de interiores e a integração das redes sociais.

Dubravac termina que a exclamação que o futuro chegou mas que muitas das inovações que vamos ver no CES este ano irão levar alguns anos antes que se tornem comercialmente viáveis. 3D, por exemplo, ainda está no inicio do ciclo de adopção. 3D existe há muitos anos mas só agora está a encontrar um lugar nas nossas salas. Dubravac demonstra assim o histórico das tendências referentes à evolução da televisão:

  • – 1997-2000: DTV – digital television
  • – 2001-2003: HDTV – high definition television
  • – 2004-2005: HDTV de grande tamanho
  • – 2006-2008: HDTV fino
  • – 2009-2011: HDTV fino e de grande tamanho
  • – 2012-2016: finos, interconectados, sem moldura, 4k resolução, OLED acessível ao preço ao qual o consumidor se habituou

CES 2012 Em Direto

 

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