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Foi Don Jones, Vice-Presidente de Global Strategy & Market Development da Qualcomm Life, uma subsidiária da Qualcomm lançada no final do ano passado (reportado aqui) que fez esta previsão recentemente durante o evento Burrill Digital Health em Burlingame, CA, USA.

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Foi Don Jones, Vice-Presidente de Global Strategy & Market Development da Qualcomm Life, uma subsidiária da Qualcomm ($QCOM) lançada no final do ano passado (reportado aqui) que fez esta previsão recentemente durante o evento Burrill Digital Health em Burlingame, CA, USA.

“Estamos a caminho de 50 mil milhões de dispositivos interligados e o poder destes dispositivos deve ser utilizado pelos responsáveis da gestão dos sistemas de saúde para responderem á crise na mesma.”

Como notou recentemente a S&P com um aviso aos governos dos países do G20 em que associa um downgrade generalizado caso não resolvam o problema dos custos dos sistemas de saúde até 2015, a gestão destes custos da saúde é um grave problema que se coloca no futuro imediato.

O maior peso nos problemas de qualquer sistema de saúde é a gestão prolongada das doenças crónicas “agravado” pelo aumento da esperança média de vida nas últimas décadas. Só nos EUA existem 160 milhões de pacientes com doenças crónicas, muitos deles com condições de doença múltiplas. As doenças crónicas contribuem com 70% dos gastos dos sistemas de saúde nos EUA e são a principal razão de visita a um médico.

É aqui os dispositivos móveis podem ter um contributo importante, principalmente na sua monitorização e prevenção.

“A corrente de pensamento em voga é deslocalizar a prestação de cuidados de saúde dos locais onde os custos são mais elevados” afirma Don Jones. E os pacientes estão cada vez mais a perder a noção de que os médicos são a autoridade única e absoluta quando se colocam questões de saúde e bem estar. Na realidade, nos EUA a maioria dos pacientes quer ver os médicos mais como consultores da sua saúde – ou seja, entrámos na era do “patient empowerment”.

E como temos vindo a citar aqui no TudoMudou as tecnologias móveis mHealth estão perfeitamente capacitadas para concretizar tal mudança no paradigma da saúde. Para começar existe acesso via um excesso de oferta das mesmas: os dispositivos móveis vão ultrapassar a população mundial no final de 2012 (se não acontecer mais cedo…).

Esta é a principal razão que levou a Qualcomm, uma empresa do grupo Fortune 500, a apostar estrategicamente nesta área já em 2011. “O nosso CEO, Paul E. Jacobs, acredita que podemos marcar a diferença na área da saúde. Ele despendeu pelo menos 25% do seu keynote speech na CES a falar acerca do potencial do segmento de Healthcare” explicou Jones, acrescentando “Ele esteve em palco a discutir o tema com o Dr Eric Topol (autor do bestseller “The Creative Destruction of Medicine” e atual guru do futuro da medicina via digital health e patient empowerment).”

A empresa Qualcomm Life tem-se associado a numerosas outras organizações, incluindo universidades e associações empresariais para contribuir para a criação um ecossistema que suporte a adoção da wireless health. Como atempadamente divulgamos aqui, a empresa lançou a sua plataforma 2net, essencialmente um sistema de “canalizações” que a empresa criou para permitir a passagem e entrega de dados dos dispositivos existentes aos utilizadores que precisam dos mesmos. Esta plataforma ubíqua pode ser utilizada por dispositivos médicos de Classe I, II e III na classificação FDA/EMEA.

Jones prediz que num futuro próximo o modelo do Amazon Kindle será adaptado e seguido no setor da saúde. “Vamos ver muitos serviços de saúde disponibilizados sem custos (ou a preço muito reduzido). As empresas neste segmento vão obter os seus rendimentos de serviços de alto valor adicionais e produtos”. Jones aponta que esta foi essencialmente a estratégia seguida pelas principais empresas de social media como a Facebook ou a Twitter, e vai ser só uma questão de tempo antes de se tornar uma moda na indústria da saúde.

Concluiu salientando que um grande numero de empresas vão deixar de inovar apoiadas por sistemas de reembolso pelos governos ou seguradoras e trabalhar no desenvolvimento de dispositivos baratos que os pacientes estão dispostos a pagar do seu próprio bolso. Mas para estes dispositivos se tornarem populares têm de ter aquele “coolness factor” que a maioria dos atuais, muito virados para o interesse e necessidade dos profissionais de saúde, não têm.

E vão ser estas empresas de Healthtech que com os seus dispositivos médicos vão adotar modelos de negócio em que as estratégias de diferenciação focam na oferta aos seus utilizadores/pacientes do acesso aos dados recolhidos pelos seus dispositivos – deste modo indo ao encontro da crescente noção de patient empowerment que estes procuram.

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