Sandbox Summit 2012 Lisboa

Estamos a Poucas Horas Do Mais Importante Evento de Empreendedorismo de Sempre, em Portugal

Mas afinal porque é tão importante Sandbox para Lisboa e para Portugal? O empreendedorismo é algo mais falado que praticado, e Portugal não é exceção. Para a maioria daqueles que se tornaram empreendedores, não foi propriamente uma escolha de lifestyle. Para muitos, foi a única forma de terem alguma sanidade.

Sandbox Summit 2012 Lisboa

Mas afinal porque é tão importante Sandbox para Lisboa e para Portugal? O empreendedorismo é algo mais falado que praticado, e Portugal não é exceção. Para a maioria daqueles que se tornaram empreendedores, não foi propriamente uma escolha de lifestyle. Para muitos, foi a única forma de terem alguma sanidade.

Tudo Sobre Sandbox Summit Lisboa 2012

Já me perguntaram muitas vezes como é ser empreendedor, quando soube que queria trabalhar para mim próprio e o que fiz para cá chegar. A resposta nunca é o que esperam.

Para mim, o empreendedorismo é algo que acontece e não se escolhe. Um dia acorda com uma ideia ‘brilhante’. Tão ‘brilhante’ que a mesma consome-lhe o dia, a energia e em nada mais pensa. Imagine a primeira vez que se apaixonou por alguém. Aquela sensação de que nada mais existe no mundo – uma necessidade, um sentido de urgência, um aperto do coração e uma eternidade à espera que algo aconteça.

Conta a ideia aos seus melhores amigos, familiares e com tempo, a qualquer pessoa que encontra na rua. Mas todos olham de lado. “Tens a certeza? Acho que isso já existe,” dizem os melhores dos seus mais próximos amigos. “Tem juízo. Onde vais buscar o dinheiro? E o que percebes disso? Procura é um emprego e pára de sonhar,” dizem os pais. Ninguém parece estar na mesma frequência. Ninguém percebe.

O próximo passo é financiamento. O banco pede um ‘business plan’ que rapidamente encontramos na Internet e mudamos algum texto. Uns ainda perdem algum tempo no mother of all powerpoints. Mas o tempo está a passar e o banco fecha às 15.00.

Plano B – endividar-nos através de todos os meios legais possíveis. Vale tudo. Cartões de crédito, empréstimos de ‘obra’, venda de material e se for possível vendemos avô. Pena, pois normalmente a avô é a única que na realidade que sempre apoiou com uma calma surreal – “Força meu querido, tens é que ser feliz.” Afinal é mesmo verdade que a vida dá uma volta completa. Se começamos como sonhadores, morremos a sonhar – no inicio e fim, o que importa mesmo é ser feliz.

Embarcamos na nossa jornada, inconscientes do risco financeiro e as suas possíveis consequências. Um empreendedor parece-se mais com um corretor da bolsa, que um empresário. Seria o fim desta jornada, caso pensasse por um único momento o que poderia acontecer se algo corresse mal. E o facto é que quase sempre corre mal.

Tudo o resto é uma mancha – meses passam e inevitavelmente nada corre como se previa. Foram-se as férias, as saídas, os namoros, algumas vezes os amigos e familiares e claro o dinheiro. A obsessão e a paixão tomou conta do cérebro, do corpo, da nossa vida. Mas não há, em geral, o ponto final. Ou seja, o dia que fecha a empresa ou arruma a ideia. Porquê? Porque entretanto, enquanto lutava contra tudo e todos, apareceu-lhe uma nova ideia ‘brilhante’. A mais ‘brilhante’ delas todas. Bem vindo à nova jornada – repete-se tudo novamente, mas desta vez com o agravamento do falhanço financeiro.

Mas a experiência que ganhou. Toda aquela experiência, tem um valor incalculável. “Se eu soubesse na altura o que sei hoje” pensamos nós. Mas ainda bem que não funciona assim. Pois provavelmente nunca teríamos embarcado na aventura.

Depois existe a escola do empreendedorismo. Aqueles que tiram cursos em empreendedorismo. Não posso falar sobre esta abordagem pois nunca o fiz. Mas confesso que me parece estranha. A ideia de transformação de empregado para empreendedor sem a força da paixão parece-me errada. Mas repito, quem sou eu para dizer que não funciona.

Um outro agravante, nesta crise em que vivemos, e o facto que o termo empreendedor tornou-se banal, quase como um bem comum. Algumas vezes temos dificuldade em distinguir desempregado do empreendedor. Mas o mindset é muito diferente. E não faço, de forma alguma, juízo sobre o desemprego nem aqueles que sofrem diariamente com a dor, e alguns com o desespero, do que enfrentam. Alguns vão até tornar-se grandes empreendedores. Mas não porque estavam desempregados e necessitavam de dinheiro, mas sim porque tiveram a ideia ‘brilhante’ enquanto desempregados com a única vantagem (se existe) de estar desempregado – parecemos ter menos a perder.

E o que tem isto tudo a ver com Sandbox, Lisboa e empreendedorismo? Muito.

Todos os que vêm a caminho, ou já chegaram, demonstram uma total ausência de noção dos ‘problemas’ que todos nós enfrentamos no nosso dia-a-dia. Serão eles de outro planeta? Mais que provável. Mas não vão voltar, vão ficar no nosso mundo mas de forma diferente.

Todos demonstram uma incalculável paixão, um elevado nível de autoestima e acreditam plenamente que podem e vão mudar o mundo, passo a passo, um com o outro. Reconhecem que juntos têm uma força que individualmente nunca poderiam ter. Afinal, ficaram eles com o papel da avô.

Quando um tem uma ideia ‘brilhante’, não resta duvida alguma perante os seus pares, que de uma forma ou outra, o sucesso está garantido. E o sucesso não é financeiro, é algo mais forte, mais sustentável, mais enriquecedor, mais….

O resultado que outros veem é o resultado de tudo isto. Sim, no fim, acabam por fazer dinheiro.

httpv://www.youtube.com/watch?v=YRMoW-ZyVTc

 

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