Universidade de Cambridge

Não Utilizem Social Media no Processo de Recrutamento

Já agora quem iria contratar estes bêbados na fotografia? Chocava-lhe saber que são dos mais procurados? Estudantes da Universidade de Cambridge. É que social media deve ser utilizada no processo de recrutamento para informar e não para tomar uma decisão final.

Universidade de Cambridge

Parece que cada semana que passa, alguém está a escrever sobre social media e recrutamento, raramente de forma construtiva. É que social media deve ser utilizada no processo de recrutamento para informar e não para tomar uma decisão final. Não estamos preparados nem temos a devida formação para o fazer.

Já agora quem iria contratar estes bêbados na fotografia? Chocava-lhe saber que são dos mais procurados? Estudantes da Universidade de Cambridge. 

Os avisos não são poucos – deverá ver bem o que tem no seu perfil pois a maioria das empresas tomam agora decisões sobre quem contratar, ou não, com base no perfil de uma pessoa.

Numa altura em que falamos sobre transparência, empatia e autenticidade para as marcas e para os utilizadores, não acham estranho então estarem a negar a uma pessoa a oportunidade de trabalhar na sua empresa só porque não esconderam a sua vida pessoal?

Existem redes sociais com objectivos diferentes – LinkedIn para o lado profissional enquanto o Facebook é utilizado na maioria para questões mais pessoais.

Porque então acham as empresas, ou responsáveis de recrutamento, andarem nas redes sociais a tentarem descobrir o “outro lado” do candidato. Não só vão estar a julgar alguém por questões que irão estar quase sempre fora de contexto, como também prejudicam aqueles que são transparentes e autênticos.

Um dos problemas com esta abordagem é que a maioria dos profissionais de recrutamento não têm suficiente formação sobre a tecnologia e o seu impacto no comportamento do utilizador, muito menos conseguem perceber a diferença entre pessoal e profissional.

Ninguém quer ver o seu staff bêbado e a cair para o lado, muito menos ouvir os disparates que dizem com a influência do álcool – é para isso que não vão para os copos com eles, mas estranho é ve-los depois irem vasculhar pelos seus perfiles só para ficar chocados com o que fizeram na noite anterior.

Todos queremos ter uma ferramenta especial que permita acertar na nossa próxima contratação, algo que, estranho que pareça, é uma preocupação, de igual forma, partilhada por quem procura o seu próximo emprego. Infelizmente, muitos não podem contar com qualquer transparência ou autenticidade por parte da empresa – irónico, ou tolo.

Existe também uma diferença de gerações que está afectar a forma como a nova geração, digital natives, utiliza social media, e a seguinte geração que não nasceu na era digital, tenta adaptá-la à sua realidade. Esta lacuna faz com que exista uma diferença não só na utilização como também na interpretação de conteúdo online. Sem o devido contexto, as decisões tomadas com base nesta informação não vão ser as mais acertadas.

Social media deve ser utilizado no recrutamento mas para informar e para melhorar a qualidade da informação que a empresa presta aos futuros candidatos – isto sim pode melhorar a qualidade de recrutamento. Tudo o resto é subjetivo, prejudicial e em alguns casos, discriminatório.

Não podemos esquecer que num futuro próximo, quem recruta e quem está à procura do seu primeiro emprego, vão todos pertencer à era digital e só assim é que vamos conseguir ter o devido equilíbrio. Até lá, estamos simplesmente a utilizar erradamente as ferramentas que estão ao nosso alcance para supostamente melhorar o nosso desempenho – algo tão inútil como estar num café a tentar a ouvir a conversa de outros.

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