Anonimato

O Anonimato

Anonimato

A Internet surgiu de algo que teve o seu início no fim dos anos 1960 como uma rede da era da Guerra Fria para distribuir mensagens de texto mesmo após um ataque nuclear. Nessa altura, pouco se preocupavam com quem a enviava, de onde ela vinha ou qual a forma da autenticar.

Vinton Cerf, que ajudou a criar os protocolos da Internet que ainda estão em utilização hoje em dia, não sabia se o mesmo iria funcionar muito menos detalhes como o remetente. Mas mesmo que não tivesse na altura abolido o anonimato, teria preparado a estrutura de base para reconhecer e autenticar o utilizador e o seu computador, mesmo que não fosse obrigatório. Afinal eles eram técnicos e não sociólogos na busca de formas de resolver os males da sociedade.

O anonimato cresceu com o lançamento em 1979 da Usenet Message Boards no qual os utilizadores tinham handles, ou seja diminutivos ou nomes que nada tinha a ver com a sua identidade. Em 1986 alguns desenvolvedores começaram a utilizar fóruns de tópicos mais alternativos, desde o mundano ao proibido, através do sufixo .alt. Pouco depois a maioria estariam a utilizar o .alt como etiqueta.

Em 1989 a World Wide Web (www) foi criada com base na Hypertext Markup Language (html://) inventado pelo físico Tim Berners-Lee. Tim concedeu a milhões de utilizadores a possibilidade de se juntarem a Web e em 1993 um programador Finlandês inventou um dos primeiros sistemas anónimos permitindo ao utilizador a possibilidade de ofuscar a fonte da mensagem publicada num fórum.

Quando os poucos tiveram a coragem de enfrentar aqueles que se escondiam por detrás do anonimato para atacar pessoalmente outros membros, a comunidade revoltou-se acusando-os de censura. A ironia não se perdia nos que eram ameaçadas de serem calados para sempre por querem silenciar os poucos que abusavam de um sistema que já demonstrava sinais de malvadez. Liberdade de expressão sem custo algum pode rapidamente se tornar em liberdade de pensamento.

Em 1994 veio a proliferação de Chats da AOL onde utilizadores podiam estar presentes on-line com cinco identidades diferentes. David Siminoff, um investidor no início recorda que a comunidade homossexual assumiu-se de forma anónima na AOL onde “o anonimato era o álcool nas bebidas”.

Em 1996 o Congresso ajudou à festa quando emitiu uma legislação pró-internet conhecida pela Communications Decency Act onde aqueles que prestavam o serviço de entrega de mensagens ou de gestão de fóruns eram imunes aos actos praticados pelos utilizadores independentemente de utilizar os seus serviços.

Com o crescimento de blogues, com inicio em 1997, o cenário escureceu e uma década depois já existiam mais de 70 milhões de blogues. As redes sociais, ou Redes sociais, tal como a MySpace com mais de 100 milhões de membros só vieram agravar uma situação já repleta de casos preocupantes.

Mesmo que existam sites como a WhoIs, que identifica os proprietários de páginas de Web, as informações não são verificadas, ou seja mais uma inutilidade na procura de imputabilidade. Muitos acreditam que é tarde de mais sendo que qualquer tentativa de alterar o sistema irá ser enfrentada por uma comunidade focada em arranjar formas de dar a volta ao mesmo.

As alternativas surgem mais rapidamente que as [possíveis] soluções. A Anonymizer de San Diego garante o anonimato dos seus mais de 100,000 clientes e mesmo que seja obrigada a divulgar informações por via judicial, as mesmas não existem. O fundador compara o seu serviço aos correios e o sistema de apartado. O anonimato está para ficar.

O Anonimato tornou-se implícito na composição da Internet pelas mãos do Arpanet em 1960, ou seja, desde do seu início. Desde dessa altura que se tem tornado num direito de primogenitura sinónimo com a liberdade digital.

Desde ditadores, grupos criminais e para aqueles cuja insanidade lhes parece um futuro distante, que muitos tem utilizado o direito de liberdade de expressão para atacar os vizinhos, familiares e políticos por razões diversas passando por discriminação racial e sexual.

Jornalistas, agências de publicidade e marcas têm cruzado a fronteira de ética, bom gosto e senso comum, procurando vantagens na falsificação de informação incluindo perfiles de outros como foi o caso de um jornalista da Forbes que tornou o anonimato num jogo no site de paródia intitulado “The Secret Diary of Steve Jobs” – até que fosse descoberto pela New York Times em Agosto de 2007.

O próprio tema em torno do anonimato gera a sua dose de polémica quando discutida na praça publica pois ambos lados acreditam furiosamente nos seus fundamentos. Na realidade, mesmo que se pense benéfico discutir este tema, a própria estrutura da Internet dificulta qualquer alteração de raiz. Mas o anonimato é relativo como podemos ver mais à frente.

Se por um lado o anonimato protege aqueles que foram caluniados, abusados, maltratados e disenfranchisado, que procuram ajuda em secreto on-line, por outro lado a mesma força acaba por funcionar como escudo para medonhos, criminais e pedófilos. O mesmo incita os que mal entendem concebendo uma enorme audiência para expelir ódio e calúnia. Cobardes cáusticos são livres de aumentar a parada de injúria e vitríolo algo que prontamente dispensavam caso tivesse que se identificar.

Com medo de represálias do Congresso dos Estados Unidos, muitos tem-se dobrado para encontrar formas de resolver estas lacunas e trazer de volta alguma sanidade à liberdade de expressão. Existem enumeras acções judiciais a decorrer contra sites que tem permitido a continuação de ataques à outros incluindo ameaças. Em todos os estados da América do Norte, os ministérios da justiça tem colaborado para obrigar a MySpace a verificar as idades dos seus membros bem como de entregar 29,000 nomes de sex offenders, isto assumindo que utilizam o seu e-mail registado, algo que me parece ingénuo da parte das autoridades. MySpace contra ataca citando que “As pessoas são cruéis” e que “o anonimato não inspira isto [crueldade], mas sim retira o medo de pensar, de agir e de explorar” segundo Hemanshu Nigam.

Mas nem tudo é mau – o anonimato salva vidas como já vimos em regimes oprimidos tais como a China, Tibet e Zimbabwe. No último caso, o Presidente Robert Mugabe tornou ilegal o acto de crítica contra o governo. Um grupo clandestino de activistas que actua com o nome de Sokwanele comunica através de um blogue anónimo que em torno tem quase 1,500 de sites que ligam a si. O New York Times citava um membro da Sokwanele: “Sem a protecção do anonimato, seriamos todos presos.” A acusação poderia ser traição, a pena morte.

A nível de ajuda pessoal, a ExperienceProject.com é um de muitos sites formado para ajudar aqueles que não encontram conforto nas suas vidas reais. “Nunca me diverti tanto, ou senti-me tão aceite noutro local on-line. Posso ser me a mim própria aqui” e “Um incrível sistema de suporte bem como forma de escapar. Conheci novos amigos que me percebem. ”

Experience Project é uma comunidade onde as pessoas podem-se ligar a outras através de experiencias de vida semelhantes sem que tenham que revelar a sua entidade. O site faz questão de mencionar que não se interessa pelo aspecto físico, quem conhece ou qual o seu nome mas sim quem é, dando à pessoa um lugar seguro, positivo onde pode ser a si própria com todas as suas imperfeições.

Sites como a Experience Project dão uma nova vida a quem há muito desistiu da viver por menos como nós a vivemos ou devíamos a viver. Sem a vertente do anonimato, todos estariam sempre susceptíveis aos maus de quem quer mal. “Aqui posso falar abertamente, ninguém me julga”, concedia uma utilizadora que estaria antes à beira de suicídio.

O anonimato tem causado embaraços a inúmeros sites, organizações, agências e marcas como é o caso de um dos administradores do site Wikipedia que servia de árbitro em disputes sobre os artigos. Wikipedia conhecia-o somente como “Essjay”, um Professor com um PHD em teologia e uma licenciatura em canon law. Mas “Essjay” de facto é um charlatão de 24 anos sem qualquer licenciatura tendo nunca dado aulas de qualquer espécie conforme se pode contestar na revista New Yorker que dava a notícia inicial da qualificação do “Sr. Essjay”. Entretanto o mesmo demitiu-se mas a Wikipedia continua sem a verificação de credenciais dos seus colaboraadores.

Nem os entendidos de social media escapam como foi o caso da Katherine Sierra, auto intitulada como expert na área de comunidades on-line. Em Março de 2007 deparou-se com um comentário anónimo no seu blogue que começava com “espero que alguém lhe corte o pescoço…”. Mesmo assim Katherine decidiu não eliminar o comentário com base no princípio da liberdade de expressão, algo que acabou por motivar outros a seguirem o mesmo caminho. Publicaram fotografias dela, a sua morada, informações do seu ex-marido e até o seu número de segurança social. Tudo isto levou-a a terminar a sua carreira de blogger explicando assim que “a Web tornou-se numa mistura tóxica de anonimato com feedback público. Estava enganada em pensar que a Web seria auto-controlada.” Self-policing

David Sifry, fundador da serviço de analise de blogues conhecido por Technorati oferece uma outra perspectiva em que “Se tirássemos o anonimato, o mesmo teria um efeito arrepiante na Web, perdendo formas cruciais de denunciar tudo que é mal na nossa sociedade” concedendo que a imputabilidade trás civismo.” Mas a questão agora é como é que se impõe a tal imputabilidade?

Na realidade, políticos bem como artistas de grande sucesso tem vivido, e continuam a viver com estes tipos de ataques mesmo que sendo através de meios mais tradicionais, muitas vezes com o mesmo impacto. A grande diferença é que na Internet, a audiência é convidada a contribuir – e contribuir o fazem.

Comentários Anónimos

“Em vez de simplesmente falar sobre as novas funcionalidades do produto, gostaria ter tido informação sobre os seus benefícios. Em específico, como é que a nova versão irá resolver as questões levantadas que tantos problemas têm dado aos utilizadores?”

Paulo Nunes, Gestor Operacional, Lisboa

ou

“Que grande m*&%$! Não só o posicionamento do produto é fraco, bem como toda a informação é referente a funcionalidades. Onde é que comprou o curso de marketing????”

Anónimo

Mesmo que estes comentários pareçam um pouco extremos, comentários anónimos e pessoais ocorrem pela Web fora a uma velocidade impressionante – não só externamente como em intranets entre funcionários da empresa. Mas quais os prós e contras referente a comentários de forma anónima na Web e qual o impacto dos mesmos? Deveras empresas têm procurado conteúdo gerado por funcionários (CGF) para melhorar não só o desempenho geral bem como ganhar um melhor entendimento sobre o que os seus funcionários pensam.

Não devemos incluir empresas tais como a TAP que utiliza esta metodologia para efeitos de relações públicas e não para um verdadeiro conhecimento transparente do que se verifica a todos os níveis hierárquicos.

O e-mail poupar@tap.pt , que a TAP disponibilizou aos seus funcionários a 11 de Agosto de 2008 para o envio de sugestões de redução de custos, estava a “ter uma boa adesão” tendo já recebido “mais de 150 propostas” comentava à Lusa uma fonte ligada ao processo. Uma fonte? Uma boa adesão?

O que é ainda mais estranho é a mesma fonte escusar-se a especificar o conteúdo das sugestões algo reminiscente da era Web 1.0, especialmente tendo em conta que as sugestões serão “apreciadas pelo comité de gestão e acompanhamento da TAP”.

O objectivo está correcto e não é inédito pois em 2001, após os atentados de 11 de Setembro, altura em que a TAP enfrentou uma crise financeira semelhante, a TAP convidou os seus funcionários a apresentarem propostas que permitissem reduzir os custos e melhorar as receitas. Mas em 2008 supunha-se uma nova abordagem que incluísse uma conversa global em que a transparência seria um factor pertinente para que a mesma não se tratasse simplesmente de uma acção de PR.

Comentários Anónimos de funcionários

A permissão de publicação de comentários anónimos suporta um diálogo cândido, protegendo opiniões individuais aumentando o número de comentários.

Quando um funcionário tem a possibilidade de partilhar a sua opinião de forma anónima, a porta abre para um diálogo mais cândido e transparente não ficando com a sensação que poderá ofender um colega de trabalho ou colocar-se na linha de fogo com a gerência, especialmente quando composta pela velha guarda, pouco adepta ao interessar-se pelo que se passa por baixo do último andar da sua fortaleza.

O diálogo aberto pode inclusivo dar à crítica construtiva sobre vários aspectos do funcionamento da empresa e de quem a gere. Quando a gerência quer mesmo (não sendo confundível com acções internas de PR) saber o que se passa entre as suas quatro paredes, comentários anónimos revelam muito do bom e mau – muito mau revela que na verdade está muito mal.

O anonimato garante uma certa “amnistia” ao que concerne a possíveis retribuições permitindo assim ao funcionário a possibilidade de se exprimir de forma pessoal, sincera não podendo assim a mesma ser interpretada face a questões pessoais. É assim o ideal formato para que se possa dialogar abertamente sobre questões que podem levar à verdadeira mudança.

A falta de formalidade do anonimato afiança um maior número de comentários de uma variedade de funcionários com diferentes responsabilidades mas que muitas vezes fazem toda parte do mesmo processo. Como sempre, existe um desequilibro entre a quantidade e qualidade dos comentários, algo que pode facilmente ser superado dado o objectivo de aumentar a participação activa.

Em certos casos, onde existe uma conivência por parte de funcionários ou ate departamentos cujo comportamento afecta gravemente o funcionamento da empresa, comentários anónimos permitem aqueles que não se conformem com o idealismo praticado por parte de alguns, a denunciarem estes casos que de outra forma nunca viriam a luz do dia.

Mas como tudo, existe também o lado oposto, implícito no acto de comentar de forma anónima. Não existe, para todos os efeitos, uma forma correcta ou incorrecta, mas sim a que mais se revela relevante para a empresa, as circunstancias e o objectivo de incumbir a ajuda de funcionários para fomentar a mudança.

Assim sendo, a publicação de comentários identificados pelo autor pode vir ao encontro da razão pelo qual os mesmos decidem comentar, ou seja, o mesmo suporta ligações reais entre funcionários, a sustentação de uma comunidade, colaboração, reconhecimento e acima de tudo, transparência.

Em deveras organizações, funcionários encontram-se dispersos e muitas vezes desconectados através de diferentes localizações geográficas, fusos horários, departamentos e níveis de hierarquia. Comentários identificados ajudam a quebrar algumas dessas barreiras e criam um diálogo autêntico e intercâmbio de ideias por indivíduos devidamente identificados dando contexto aos seus contributos e demonstrando a uma comunidade que cada membro não tem que se sentir ou agir de forma isolada podendo assim usufruir do conhecimento geral.

Comentários, cujo autor é identificado, podendo ou não incluir um perfil, ajudam a promover um sentido de pertença a uma comunidade de colegas. Comentários que vem de indivíduos em diversos departamentos e em certos casos regiões, culmina numa partilha de conhecimento e causa não possível de outra forma, por menos de forma tão pessoal e transparente. Conforme o Edelman Trust Survey, funcionários confiam 3 vezes mais naqueles que se aproximam da sua posição actual na hierarquia do que quem pertence a quadros superiores, mas para isso acontecer deverão os comentários estar devidamente identificados.

A natureza da conversa global bem como a informalidade inerente à mesma permite a uma ferramenta, que inclui comentários identificados, ser um óptimo meio para encorajar feedback por parte da audiência gerando um maior interesse e interactividade. No processo certamente será levantado questões que poderiam não constar nas preocupações ou oportunidades identificadas previamente, dando uma voz real ao diálogo. Esta característica suporta programas internos que visão criar e manter embaixadores de marca activos, identificando pelo caminho possíveis mentores e quem colabora on-line trazendo um valor acrescido à marca.

Tendo os funcionários uma forma de serem ouvidos a todos os níveis, o mesmo confere um poder dificilmente incutindo de outra forma encorajando funcionários a pertencer a uma democratização de comunidade com implicações verdadeiras no seu local de trabalho. Todos assim têm a hipótese de serem ouvidos e reconhecidos pelo seu desempenho e iniciativa, por vezes até de descobri novo talento na empresa.

Uma das preocupações contínuas de empresas é o tempo que os seus funcionários “perdem” na utilização de ferramentas de social media, nomeadamente em redes sociais tais como Facebook e na leitura de blogues, sejam eles relevantes ou não à actividade da empresa. Uma forma de diminuir o tempo e aumentar o valor da utilização de Wikis na comunicação interna, é de ter comentários devidamente identificados por autor não só diminuindo o volume de conteúdo bem como assegurando a qualidade dos mesmos pois quem se identifica certamente não vai correr o risco de escrever algo irrelevante ou desnecessário.

Na realidade as opiniões, como quase tudo que perfaz social media, são opostos nos méritos e consequências de aceitar ou não comentários anónimos, mas como quase todas as questões levantadas, a resposta só pode ser uma… depende.

Todavia, o simples acto de publicar um artigo, podcast ou vídeo não chega pois caso os funcionários de uma empresa estejam à espera de poder opinar e dialogar internamente, e grande parte tem essa expectativa, será imperativo os responsáveis pela comunicação interna de fornecer os elementos adequados à estimulação de colaboração, descentralização e interacção permitindo assim um dialogo autêntico.

Uma comunidade cruel

No dia 31 de Outubro 2006, mais conhecido pelo Halloween, Nicole Catsouras de 18 anos, saiu de casas às escondidas com o Porsche 911 do pai, após ter tido as suas chaves de carro apreendidas pelo pai fruto de uma discussão acesa. Quinze minutos depois embatia nas portagens da auto-estrada a mais de 160 quilómetros por hora. Morria instantaneamente.

Pouco depois, a Internet tornou-se palco de um malicioso ataque à quem já não podia se defender – fotografias tiradas pela Policia apareciam on-line em mais de 1500 sites incluindo as da Google, Yahoo!, Photobucket, em salas de Chat e fóruns dedicados a acidentes de viação com carácter desumano. As mensagens deixadas por cibernautas anónimos era de uma rapariga “mimada” e “merecedora” do que lhe tinha acontecido.

Um post apelava à comunidade cibernauta a atormentar a família da Nicole dando inclusivo a morada de casa dos pais em Ladera Ranch, California. No MySpace, um membro que se auto intitulava “Hell Fire” publicava uma fotografia mórbida do acidente com o seu próprio comentário perturbador. Outros esticavam os limites de criatividade criando um perfil da “própria” Nicole com uma fotografia da sua cabeça desfeita com o título “O que resta do meu cérebro – com podem ver não já não existia muito para começar.” Quando uma rapariga publicou uma homenagem a sua melhor amiga, os comentários chegaram em quantidades elevadas novamente com fotografias do acidente. Bem se sabe que onde existe a tal inteligência colectiva, existe tudo o resto colectivo, algo que Tim O´Reilly veio reconhecer tarde de mais.

O pior ainda era para vir quando o pai, vendedor imobiliário, abriu o seu e-mail com uma mensagem de uma conta anónima da Yahoo! (fictícia pois os dados tem que ser preenchidos na abertura da mesma) que lia “Estou aqui Pai – estou viva!” Pouco depois Christos Catsouras deixou o seu emprego para evitar a Net.

Obviamente que tudo começou mal com um funcionário responsável da California Highway Patrol e a respectiva fuga de informação incluindo fotografias do acidente. Um porta-voz da CHP explicou que o/a responsável teria sofrido uma acção disciplinar mas que por razões de privacidade de funcionário(a), o/a mesmo não poderia ser identificado(a) – a ironia não podia ser mais evidente.

Imputabilidade

Quando um polícia apontar a sua arma a si não se esqueça de sorrir pois poderá a estar a ser filmado. Num esforço para responder à preocupação do público na [aparente] falta de imputabilidade às acções da Policia, agentes nos Estados Unidos introduziram a PistolCam (Legend Technologies), uma combinação de câmara de vídeo, lanterna e laser de tamanho de um maço de tabaco, que se liga ao punha da arma.

É que a Policia nos Estados Unidos não só reconhece a importância do constante suporte da comunidade como poderá assim utilizar esta “outra arma” para se defenderem de acções contra os mesmos após a utilização da sua arma. Imagino o conteúdo que se vai tornar “disponível” no YouTube.

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