Telefonema Na Prisão

Preso e Com Direito a Uma Chamada, Estaria Pronto Para Este Quase Impossível Desafio?

Moral desta história não é que evite ser preso nos Estados Unidos ou qualquer outro lado (isso é óbvio), mas sim que com tanta dependência na tecnologia, parece que muitos de nós necessita de um plano de backup. Um papel com números de telefone que não seja detectado numa revista ao corpo.

Telefonema Na Prisão

Para quem nunca foi preso, que é o meu caso, o que me lembro sempre de ouvir e ver nos filmes é que temos sempre direito a uma chamada. Mas nesta altura é mais que provável que tenha ficado sem os seus gadgets, nomeadamente o telemóvel.

Mas para Stephen Patrick, o caso tornou-se complicado. O homem de 67 anos simplesmente desapareceu o ano passado a meio de Novembro. O que ninguém suspeitava mesmo era que ao ajudar uma amiga a tentar acabar com a sua dependência na heroína, fechando a na sua casa para não ter acesso a mais droga, a relação entre os dois acabou mal com a policia a ser chamada e Patrick a ser detido por ter detido uma pessoa na sua casa. Vamos deixar a história de parte para este efeito, até porque podíamos bem passar a tarde a discuti-la.

O facto é que Patrick ficou preso durante 5 noites no Los Angeles County incapaz de contactar seja quem fosse por causa do sistema implementado que gere em torno da única chamada a qual um recluso tem direito.

Quando Patrick foi detido, ele pediu para fazer a celebre chamada mas foi lhe comunicado que só depois de ser processado e transferido para uma outra instalação, é que ele podia fazer o tal telefonema. Como ele sofria de diabetes, foi levado para uma espécie de enfermaria. Ai aproximou-se a um telefone parecido com as de cabine telefónicas mas sem o local para colocar a moeda. Quando colocou o auscultador perto da orelha, ouviu uma mensagem automática a indicar que iria fazer uma chamada a cobrar no destino.

Patrick ia começar a ligar quando se apercebeu do desafio que enfrentava. Sem o seu telemóvel, Patrick não se lembrava de nenhum numero de telefone. Mas de repente lembrou-se de um único numero de telemóvel. A sua satisfação rapidamente se tornou numa enorme frustração ao ouvir que as chamadas só podiam ser feitas para números fixos.

Dado que não se lembrava de mais nenhum numero, muito menos uma pessoa que ainda possuísse um numero fixo, Patrick procurou uma lista telefónica ou por menos uma listagem de agencias ou de alguém que pudesse organizar a caução de $150,000 que necessitava para sair.

Nenhum numero foi lhe cedido dado que assim estariam a “dar um tratamento preferencial” a uma pessoa – ele. Para todos efeitos Patrick acabou por ser refém de um sistema que pouco se importa com os direitos do cidadão que ainda para mais presume o inocente até provar o contrario.

Moral desta história não é que evite ser preso nos Estados Unidos ou qualquer outro lado (isso é óbvio), mas sim que com tanta dependência na tecnologia, parece que muitos de nós necessita de um plano de backup. Um papel com números de telefone que não seja detectado numa revista ao corpo.

Se alguém foi preso em Portugal, qual o procedimento? Pode sempre contar uma situação “hipotética” que tenha acontecido com um “amigo seu”.  Em rigor devida ter pesquisado este artigo mas ainda não sinto-me à vontade para ser preso no nome da partilha do conhecimento. Mas aprendi uma coisa – tenho que no mínimo memorizar um numero de telefone móvel e fixo, de preferência de alguém que o atenda.

In LAWeekly | Imagem: Los Angeles Times

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