A maior conferencia de tech, concerto, galeria de arte, feira gastronómica e festa do mundo já começou e rapidamente começaram a surgir as novidades, mas esta é de facto diferente.
A agência BBH criou o conceito de sem abrigos que são hot spots – pontos de acesso à internet em 4G. Os sem abrigos têm todos um t-shirt que os indica como pontos de acesso e alguns estão a questionar esta ação, reclamando que as marcas estão a explorar aqueles que mais proteção necessitam.
Saneel Radia, diretor de inovação da agência BBH, tem estado na defesa, explicando o conceito para aqueles que não compreendem a mais valia de tal ação.
O conceito é relativamente simples. A BBH reinventou o conceito da revista Cais, o exemplo português que foi importado no estrangeiro. A venda de revistas como o Cais não dão só dinheiro a ganhar a quem mais necessita. Através da interação com o publico, o componente social, e a interação necessária, dão aos sem abrigo uma razão para existir. O hot spot foi assim uma evolução natural para a agência que reconhece que em Austin Texas, não é possível satisfazer a enorme procura por uma ligação de internet.
O objectivo desta ação é também de mostrar a quem visita a cidade que estes sem abrigos são pessoas e assim não acabam por se tornar invisíveis. Assim sendo, a mecânica é que para ter uma destas ligações de 4G, a pessoa tem que primeiro se dirigir a um sem abrigo devidamente identificado e falar com ele/ela e ouvir a sua história. Este ponto de interação social ajuda a estabelecer uma ligação entre os sem abrigos e a comunidade que vem de fora.
Não são assim meras antenas mas sim pessoas que fornecem um serviço. Ao contarem-lhe a sua história, a pessoa recebe um código para enviar um SMS recebendo assim uma ligação de internet. Os sem abrigos recebem depois consoante a utilização do serviço.
Ficámos foi sem saber como é que eles depois recebem, mas julgo que essa questão de logística tenha sido ultrapassada logo no inicio, não vão eles terem que depois ter uma conta bancária para receber uma transferência.
Na realidade as criticas que surgiram foram de pessoas que ouviram falar deste serviço e imediatamente enviaram tweets a criticar uma campanha que supostamente explorava os sem abrigo.
Mas na realidade o modelo não é muito diferente do atual das revistas e jornais que se paga para ajudar os sem abrigo. A diferença é que o serviço que estes fornecem, é algo que muitos vão querer comprar, aumentando o retorno para quem se regista neste programa.
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