O filho de Sharon Hamilton jogava num dos jogos com maior numero de utilizadores online, World of Warcraft, e após conversas com uma mulher de 30 anos durante três meses, a mesma conseguiu leva-lo para a conversa através do seu telemóvel. Aproximava-se assim do adolescente. Paciência é algo que os predadores tem em comum – muita paciência mesmo. Paciência essa que mais cedo ou mais tarde conquista a confiança de qualquer pessoa, quanto mais um adolescente.
“Goodnight babe” foi a mensagem que Sharon viu uma noite quando monitorizava o telemóvel do seu filho.
Ligou para o número e não obteve resposta indo directamente para um voicemail genérico. Após uma exaustiva investigação, algo que um profissional faria no tempo que leva a ler este artigo, Sharon descobriu que afinal não era uma mulher de 30 anos mas sim um homem.
Onde estava a policia? Onde estava o ISP? A realidade é que apanhou o crime “demasiado cedo” e nada pode ser feito. Mas rapidamente caiu na realidade que tinha evitado, por pouco, um episodio que iria certamente mudar a vida da sua família para sempre.
Poucos pais, e sim em Portugal também, vão ter a consciência do quão próximo os seus filhos navegam de predadores. A falta de informação ou o excesso de zelo minimiza o bom e o mau que a mistura de liberdade, confiança e a Internet promove.
Sharon Hamilton começou então a Kid Phone Advocate. Os serviços variam mas o principio é sempre o mesmo – proteger os seus filhos, especialmente da porta para dentro. O serviço está disponível nos Estados Unidos através de uma mensalidade que inclui um serviço de alertas para diversos cenários, desde a utilização de palavras chaves numa conversa de SMS, o desligar do telemóvel quando estão a conduzir (com 16 anos já se pode ter carta nos EUA) à monitorização da velocidade do veiculo ou até a sua localização.
Nos Estados Unidos, 2 Milhões de acidentes são atribuídos à utilização do telemóvel durante a condução, a maioria causada por SMSs. O que é sempre estranho, é que as operadoras em Portugal, seja a Vodafone, TMN ou Optimus, investem milhões durante o ano a tentar diferenciar-se da sua concorrência, mas nenhuma tem a simples ideia de acrescentar valor ao seu cliente. Um serviço como este certamente poderia ser um excelente inicio.
Uma entrevista com Sharon Hamilton conduzida por Robert Scoble:
httpv://www.youtube.com/watch?v=sD8x7YnTKHU
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