Para muitos, The Silk Road é uma referencia a Marco Polo e a lucrativa rota utilizada para a compra e venda de ceda. Mas para alguns, Silk Road é o novo Amazon da droga – tudo online como se fosse um negócio legitimo para qualquer um. Mas não é para qualquer um…
Silk Road é uma plataforma online que vende cocaína, ecstacy e heroína, e como podem imaginar, se é um negocio que offline goza de margens extraordinárias, o que não será online, onde não existe o middle man…
Um recente estudo da Carnegie Mellon University estima que Silk Road está a conseguir receitas de $2 milhões de USD por mês, e que com cada mês que passa, a tendência é que esse valor venha a subir substancialmente. Mas se é assim tão fácil de comprar algo ilegal online, como é possível que a plataforma continua a operar?
O produto mais vendido no site pode bem ser a marijuana, mas se esquecer-mos por agora o que o site vende, tudo o resto é perfeitamente normal. Existem reviews de quem vende e de quem compra, qualquer pessoa pode compra um gift voucher para oferecer a um amigo, colega ou membro da família – a experiência de compra é igual à Amazon, eBay ou qualquer outro portal de ecommerce.
Pode procurar por categorias, ler os comentários de outros clientes e comprar. A única diferença é que não utilizam nem paypal nem cartões de crédito. A moeda utilizada é o Bitcoin.
Já há um ano que tínhamos falado no Bitcoin: Bitcoin: A Moeda Descentralizada Veio Mudar Tudo
Mas o anonimato não existe somente na forma do pagamento, o próprio acesso terá sempre que ser efectuado longe dos olhos das autoridades, e para isso, Silk Road utiliza o software TOR.
Acabamos todos por perder a possibilidade de sermos anónimos online e nem sempre as razões para o querer terão que ser ilegais ou imorais. O ser humano necessita de separar o seu lado pessoal do seu lado virtual.
O TOR project é gerido por uma NGO (non governmental organization) que efetua research e estuda questões relacionadas com a privacidade online. Existem muitos exemplos importantes onde a utilização de TOR tem sido fundamental para a luta contra a desigualdade e abusos dos direitos humanos. É a única ferramenta que dá voz a quem no passado foi silenciado.
TOR torna todos os utilizadores anónimos com todo o bom e mau que possa vir do anonimato. Neste caso, a experiência online no Silk Road só é possível dado ao anonimato garantido a todos.
Óbvio que se um comprador tiver uma experiência negativa, não serão certamente as autoridades ou os defensores de consumidores que irão ajudar. Mas a comunidade está a crescer e nestes casos, a responsabilidade de manter a comunidade “honesta” é suficiente para manter o status quo. Chris Dellarocas, responsável de Information Systems da Boston University, têm uma perspectiva interessante: “Só porque as pessoas estão a lidar com contrabando, isso não as torna desonestas.” Esta questão não tem a ver com ética mas sim com senso comum. As regras do mercado são aqui, iguais. Se querem continuar a vender, vão ter que cumprir com a promessa.
Se assumirmos que é impossível acabar com a venda e o consumo de droga, não podemos assim passar para outro tipo de solução? Uma que melhora a segurança de quem compra e consome? Seja como for, o que importa mais nestes casos, é um debate saudável sobre a tecnologia, as implicações e a necessidade de nos adaptarmos. Qualquer tentativa para acabar com a tecnologia vai sempre se verificar inútil. Isso, já devíamos ter aprendido.
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