Hello Google. My name is Matthew Epstein. I want to join your product marketing team, bad.

Hello Google. My name is Matthew Epstein. I want to join your product marketing team, bad.

Com pouco dinheiro, um bigode falso e conhecedor de técnicas de online marketing, um homem (24 anos) iniciou uma jornada épica para conseguir um emprego numa empresa especifica – Google.

Esta é uma história (case study é um termo demasiado monótono para o que aconteceu) repleto de lições.

Primeiro algum contexto – Matthew Epstein estava decidido em trabalhar na Google.

1. O seu primeiro passo foi comprar o domínio http://googlepleasehire.me (.me iniciais de Mathew Epstein – nice). Para compreender esta cruzada, temos que estar atentos a todos os pormenores.

2. Como muitos outros que procuram emprego, ME podia ter criado um CV e enviado o para centenas de empresas, mas não. Escolheu UMA empresa e dedicou 4 semanas a preparar o seu plano de ataque. 4 semanas para uma empresa? Vão ver mais tarde o resultado – estrondoso.

3. Research: Como fã de tudo Google, ME decidiu utilizar as ferramentas que sempre utilizou para criar uma página online. Não só demonstrou implicitamente a sua paixão e crença pelo seu alvo (Google) como criou um ambiente familiar para quem o visitasse – pessoal da Google. Algo que um CV massificado nunca o irá fazer, até pelo contrario, promove uma ausência de qualquer empatia.

4. ME utilizou todas as ferramentas para passar a sua mensagem. Produziu um vídeo cómico. O seu objectivo nunca foi ser ator, copy ou produtor. Desta forma eliminou a subjetividade do grau de humor observado por cada utilizador. A relação que quis criar foi com ele – o bom, o mau e o foleiro. Ficamos todos cientes de uma coisa – ME tem tomates. Grandes.

[youtube width=”602″ height=”350″ video_id=”HRHFEDyHIsc”]

5. A sua landing page (googlepleasehireme.com) tem tudo que necessita e mais nada. A mensagem, o vídeo, um link para o seu CV online, uma forma do contactar, uma página About Me, Why Google e Why Hire Me.

“It’s no secret to those who know me – I like to win. I like to win a lot. Sometimes I like to win so much I forget to do certain things. Things like: eating, going outside, communicating with other people and going to the bathroom. Winning is what drives me; it’s my passion in life.”

6. O seu CV é por si uma lição na arte de ser conciso e objetivo, colocando as informações necessárias para passar à próxima fase. Vejam bem o impacto do seu Professional Skills matrix – copiem já o formato para o vosso CV.

7. Criou uma conta no Twitter, utilizou o seu LinkedIn, Tumbler utilizou o seu blog e criou um blog post para podermos seguir a sua jornada. ME percebeu que ao iniciar algo tão publico que o resultado seria muita empatia, mas provavelmente não antecipou o nível de ódio que o mesmo iria suscitar. Para os lovers, ME vai atualizando o seu blog post, para os haters, ele teve isto a dizer:

“Some of you may think I’m responding to the haters because I’m a brat and can’t take criticism. The truth is, whether you believe me or not, I wanted to comment on the hating because I didn’t want those of you out there trying to find a job in a new or creative way to become discouraged. The difference between a doer and hater is that the doer actually does it. The hater only wishes they did it. So go out there and find some way to land your dream job – with our without pants.”

8. A sua idade não o impede de lidar com os críticos de forma direta e elegante, de certa forma quase desprezando a existência deles – haters. Foi direto ao assunto, utilizando os haters para alavancar a sua mensagem – até porque ele próprio reconhece que a existência deles foi indispensável para a propagação da sua mensagem.

9. Note-se a ausência de Facebook na sua campanha. Só podemos assumir que foi uma decisão deliberada. Na realidade ele não quer trabalhar para Facebook. Adicionar este canal só o iria dispersar. Para quem “vende” a necessidade das marcas estarem no Facebook, tome nota. Mas o Facebook não está esquecido – já o tinha utilizado em Março de 2011 de forma diferente. O seu cartão de visita foi criado inspirado na rede social – utilizou o conceito de “you have a friend request”, não deixando ninguém de fora:

“For anyone out there who gets my business card but hasn’t used Facebook, you’re welcome to friend request me either through fax or carrier pigeon.”

Como bom marketer que ME é, os resultados desta campanha são revelados no seu blog post – a partilha é fundamental especialmente quando os mesmos são impressionantes. A sua transparência só demonstra que ME está seguro e compreende o mundo de social media. É impossível não sentir empatia – uma telenovela do século XXI. Ficamos curiosos para saber o que segue, sabendo perfeitamente que o fim vai ser bonito.

10. Este é o ponto 10. Como não fazia sentido ter 9 pontos, fica aqui este apontamento e assim completa os 10 pontos da campanha.

E o resultado de tudo isto?

ME começou com o objetivo de atrair atenção dos recursos humanos da Google. Queria uma oportunidade de entrevista. Quis demonstrar que fazia o que dizia que sabia. Walk the talk. Mas na realidade conseguiu muito mais.

Em termos pessoais aprendeu muito sobre coragem. Coragem de enfrentarmos os nossos receios. Afinal quem tem coragem de se filmar de boxers com um bigode falso? Expondo-se ao mundo inteiro. There´s no turning back. Faz me lembrar “ if you are going to fuck up – fuck up big”. A sua coragem e convicção já lhe compensaram e está ainda no inicio. E sabem que mais? Está-se a divertir à grande.

Foi contactado inicialmente por empregados da Google a dar-lhe força, alguns até internamente alertando os recursos humanos ao que se revelava online em tempo real. Um ótima campanha PR pró Google.

Recebeu a tal chamada dos recursos humanos da Google. Mas o que seguiu foi ainda melhor – Amazon e Microsoft. Três das maiores empresas mundiais de tecnologia ligaram a ele. Pausa… A ELE.

Fora todas as outras empresas, empreendedores e startups que lhe contactaram.

ME escolheu trabalhar a sua marca, reinventando a forma como se procura emprego no ano 2011. ME conseguiu alcançar o seu objetivo e muito mais. 4 semanas e 1000€ e muita diversão. À semelhança do programa Idol, ganhar não é necessariamente bom – é o que se faz com a visibilidade que conta mais. Tudo isto, tem tanto a ver com ME, como de igual importancia, a marca Google.

O seu desafio agora é de conseguir gerir isto durante algum tempo. Não podemos ter já um desfecho. É muito cedo. Não é justo para a sua nova audiência. Ainda não choramos. Ainda não nos rimos o suficiente. ME ainda não se apaixonou. E falta ainda a indecisão – será mesmo Google o futuro ou existem agora outras oportunidades que ME nunca imaginou existirem?

Media Tradicional, nomeadamente as cadeias Americanas, já o entrevistaram. A star is born?. Um marketer brilhante? Ou uma lição na importância de termos paixão, coragem, sonharmos e enfrentarmos os nossos medos, nunca subestimando o nosso verdadeiro potencial.

Se está desempregado ou farto do seu trabalho, não recomendo que faça um filme em boxers ou fio dental, dedicado à empresa onde gostaria de trabalhar. Isto não se copia. Até porque não é original (Google e Accenture) – a execução é que foi (está a ser) brilhante.

Faça é uma coisa – pegue no seu CV tipo EU e ponha o arder – agora. 

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