Este foi o primeiro lançamento em que estive presente pois a maioria dos produtos que são lançados em Portugal, acabam sempre por acontecer depois do seu respectivo lançamento internacional.
Mas confesso que fiquei curioso até porque ultimamente, tenho seguido a Samsung por perto. A sua estratégia tem se revelado vencedora em categorias onde a concorrência é feroz e em alguns casos, como a de LCDs, a sua presença implica perdas financeiras.
Para todos os efeitos, a Samsung é parte responsável pela queda de algumas marcas icónicas como a Sony, Sharp e Panasonic. Mas a Samsung escolheu um caminho diferente, e através de uma estratégia agressiva, conseguiu, e continua a conseguir, vingar especialmente no segmento mobile.
Fica assim, aqui o relato de um blogger, empreendedor e utilizador de produtos de várias marcas.
O venue escolhido para o lançamento, a Sala Tejo adjacente ao Pavilhão Atlântico está decorada com panos brancos tornando-se numa espécie de caixa – caixa de surpresas?
Sinto me um verdadeiro palerma a teclar no iPhone 4, mas a alternativa parece-me pior, quase um insulto aos meus novos amigos e anfitriões Coreanos – nem o iPad ou Mac ficariam bem na sala, e o que me apetece menos é chamar atenção.
Cheguei cedo, mas pelo menos consegui agarrar uma das mesas altas, um apoio tão físico como psicológico. Devo parecer estar com sede pois oferecem me uma bebida, dois em dois minutos. Não é uma critica, mas estou anotar os pormenores, o que vejo e sinto.
Olho à minha volta e as mesas estão todas ocupadas, um cenário mais parecido com uma discoteca com os seus primeiros clientes, à espera de ter o lugar privilegiado (seguro). Cheguei cedo, fiquei refugiado à espera pela hora de abertura e entrei – odeio chegar atrasado.
Perante esta caixa branca, minimalista, iluminada com leds e uma espécie de armário do Ikea, sem portas, fico com a ideia que uma de duas coisas vão acontecer – ou os panos caiem revelando um espetáculo digno de um WOW colectivo, ou alguém ira dançar, falar e apresentar um produto que já conhecemos.
Já percebi que caso não aceite uma bebida, não me vão parar de perguntar se estou com sede. Peço a “bebida de morango”, que sabe mesmo a morango. São 19:24 e convenço-me que não deve faltar muito tempo. Acho que vou misturar com os restantes convidados, todos vestidos de fato. Acham? Ficaria logo sem a minha mesa, o meu apoio psicológico e a minha zona de conforto. Escolho assim fazer o check-in no Foursquare. Certamente que um lançamento de Tech deverá obrigatoriamente ter outros presentes. Nope – só eu.
Huh? Agora querem me tirar o copo meio cheio/vazio. Devo ser mesmo um novato. Não devia ter devolvido ontem o Samsung Galaxy SIII que estive a testar – seria me útil neste momento.
E como seria de esperar, o espetáculo começa com uns dançarinos vestidos como se fossem para um emprego no Wall Street (filme), a trepar o tal móvel com vários equipamentos mobile da Samsung. É engraçado mas não consegue criar o tal WOW factor, quer para mim, quer para as restantes pessoas que aplaudem de forma moderada.
Mas afinal os panos sobem e revelam a próxima etapa nesta jornada. Como estamos a meio da Sala Tejo, presumo que ao entrar na segunda área que agora revela dois terços da Sala Tejo, que ainda falta uma terceira experiência que a Samsung preparou para todos que aqui estão.
A configuração da sala é curiosa, com o palco no meio e a plateia dos dois lados do centro. Um ambiente sóbrio mas com classe. Os dançarinos voltam mas felizmente por pouco tempo. Já todos vimos suficientes espetáculos na nossa vida para achar este medíocre.
É assim apresentado o presidente da Samsung Electrónica Portuguesa, o Coreano Sam Lee. Não podia ser mais autentico. Um presidente Coreano que inicia, com orgulho, a apresentação das novidades da sua empresa. Enquanto fala, o seu microfone (wireless) de lapela vai falhando. É estranho pensar que hoje em dia, as empresas que fornecem toda a logística, ainda não conseguem contemplar estes imprevistos. Esperava-se no mínimo um plano B. Dois microfones de lapela para cada orador. Olho para cima para os projetores, e vejo que risco é algo que todos estão dispostos aceitar, pois numa apresentação com esta importância, eu iria me certificar que um segundo projetor estaria montado caso a lâmpada, ou algo diferente, falhasse. Pormenores? Não. Algo que devemos exigir no presente clima em que nada pode falhar.
Sam Lee apresenta Hugo Braz, Division Marketing Head, que vai nos conduzir pelos diferentes produtos da Samsung, os resultados e a tecnologia que fazem todos parte do sucesso da marca Samsung. Hugo é um sólido apresentador mas que curiosamente escolhe falar como se fosse um vendedor com uma vida de experiência na rádio. Ele fala devagarinho, articulando cada palavra com o maior cuidado do mundo, carregando nas palavras que quer que fique na – mente – de – quem – esteve – presente. Fiquei com pena de não ver alguém mais relaxado e autentico mas ao olhar à minha volta percebi que o Hugo encara na perfeição, a personalidade desta marca tradicional, bem como todos os valores dos seus patrões. Esta é afinal a Samsung.
O seu profissionalismo e eficácia como orador torna-se cada vez mais evidente quando escolhe Diogo Beja, Ben Heine, Aleksandar Protic, Paulo Faroleiro e Artur Pinho para falarem sobre as suas experiências com os produtos da Samsung, nomeadamente o Galaxy Note.
Diogo Beja decide falar sobre os seus amigos que lhe estão sempre a comparar os produtos da Samsung com os da Apple, e para o alivio de todos, Diogo acaba sempre por explicar que a Samsung é superior. É estranho esta referencia a uma outra marca – parece que se torna quase impossível de não falar de uma maçã. É que não faz sentido e cabe à Samsung educar todos os seus colaboradores, amigos e parceiros que não se fala noutros produtos. Nem há razão para o fazer. Samsung tem demonstrado nos últimos anos a sua capacidade de inovação, de concorrência e de produtos capazes de criar evangelistas pelo mundo fora.
Os restantes testemunhos são tão desnecessários como quase irrelevantes. Alguns conseguem demonstrar a sua arte enquanto outros assustam-se com a própria tecnologia que supostamente adoram.
Artur Pinho, “Choir and Orquestra Conductor” para de repente, enquanto lê o seu discurso previamente preparado e colocado no Galaxy Note, porque não consegue fazer scroll down. Uma pequena risota mas recuperado rapidamente pelo Hugo.
Finalmente, chegamos ao ultimo convidado, Paulo Faroleiro, que já não cai, como o Artur Pinho, na “armadilha” da tecnologia, e escolhe assim ler do seu bloco de notas preto, tradicional. E muito lê o senhor.
No fim, fiquei com a nítida sensação que quero um Samsung Note II, mas só não sei se vou dar o divido uso. Estamos numa nova era, em que agora questionamos tudo que compramos, incertos do dia de amanhã. E esse será certamente um dos grandes desafios para a Samsung, bem como para todas as outras marcas. A compra emocional, torna-se cada vez menos relevante.
Fico também com a sensação que a Samsung conseguiu inovar onde outros deveriam o ter feito, e esse mérito é da empresa e do seu talento. Não se trata simplesmente de uma pen, por exemplo, pois a utilização da mesma faz-nos quase esquecer que a caneta e o papel podem perfeitamente serem substituídas, finalmente, pela tecnologia. Mas a S Pen vai mais longe, e é ai que se verifica a verdadeira inovação. Não melhoraram só a S Pen em termos de resposta e precisão, mas encontraram sim outras funcionalidades, tais como o visionamento de conteúdo num email sem o ter que abrir, ou até ter um preview de uma fotografia num álbum sem que seja necessário tocar no ecrã.
E com isto, revelaram assim o que restava desta jornada – Artur Pinho e a sua orquestra e coro. Já cansado de estar sentado tanto tempo, fora os momentos em que tive que segurar a mesa alta, reconheço que este momento foi bem conseguido. Um evento muito bom que até incluiu no fim o cocktail da praxe, estrategicamente, e muito bem, colocado no fim. Curioso é que a própria configuração da Sala não permitiu que alguém se ausentasse sem que todos ficassem a saber – ainda bem que fui à casa de banho antes do evento começar.
O Samsung Galaxy Note II é lançado em Portugal no dia 18 de Outubro e já pode reservar o seu.
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