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Microsoft Vai Ter Que Comprar Nokia: Ninguém Disse Que Seria Fácil

A estratégia da Nokia e Microsoft sempre fez, e continua a fazer, todo o sentido. Num mercado em que existe a versão open (Android) e closed (iOS), a decisão era relativamente simples. Mas será que a Nokia tem a possibilidade de inovar e de voltar a vencer?

A estratégia da Nokia e Microsoft sempre fez, e continua a fazer, todo o sentido. Num mercado em que existe a versão open (Android) e closed (iOS), a decisão era relativamente simples.

A Microsoft decidiu, e muito bem, no modelo closed, criando um ecossistema igual ao iOS mas suficientemente diferente para conseguir diferenciar-se. Em vez de app centric, manteve o seu foco nos contactos e tarefas.

A decisão de se juntar à Nokia foi acertada, não só em termos negociais, dado que a Nokia estava, e continua, atravessar um momento difícil, como também em termos estratégicos – mas será que a Nokia tem a possibilidade de inovar e de voltar a vencer?

Mas o problema continua o mesmo, é que uma aliança não é o mesmo que ter controlo absoluto sobre o ecossistema. As recentes noticias sobre a falha da Nokia em convencer as principais operadoras de telecomunicações na Europa para abraçarem os recentes modelos da Nokia com o sistema operativo da Microsoft.

Reuters deu a noticia que quatro das principais operadoras na Europa, que têm os smartphones da Nokia à venda desde Dezembro, acreditam que os modelos Lumia não estão ao nível necessário para competir com o iPhone da Apple e com os smartphones da Samsung, nomeadamente os Galaxy.

Ao que parece, a Nokia, e a Microsoft por arrasto, subestimaram a dificuldade em convencer as operadoras a darem o necessário destaque para que tivessem alguma oportunidade em conseguir criar o apetite por parte do cliente.

É que em termos estratégicos, esta falta de apoio nem faz sentido para as operadoras dado que estão perante um mercado desfragmentado e confuso por parte da Android e obrigadas a negociar condições com a Apple que colocam em risco o futuro de algumas das operadoras.

A estratégia é de curto prazo, usufruindo da enorme procura pelo iPhone bem como o aumento de trafego que se traduz em receitas para as operadoras. No caso do Android, em grande parte com preços suficientemente baixos aliado à falta de atualizações que levam o consumidor a comprar mais dispositivos mas infelizmente a margens pouco apelativas.

Na realidade este deveria ser o momento em que as operadoras deveriam apostar na terceira opção, especialmente tendo em conta o investimento, e risco, comportado pela Microsoft na sua maior atualização de sistema operativo de sempre.

Um futuro que consiste de um sistema operativo ( Windows 8 ) que vai estar disponível para um mercado em que a Microsoft continua a dominar os desktops e laptops em termos de sistema operativo, bem como os futuros lançamentos de tablets e smartphones com uma perfeita integração, aliado a um app store capaz de enfrentar a sua concorrência, Microsoft tem a possibilidade de finalmente se implantar como um dos principais players neste mercado tão importante e que vai crescer nos próximos anos.

Mas não através de uma aliança em que não controla o processo na sua integra. Desta forma, parece-me mais que evidente da necessidade da Microsoft comprar a Nokia. Se por um lado assumia-se que a marca Nokia ainda teria suficiente love para levar em frente a introdução do Windows Phone às massas, neste momento existem séria duvidas que exista de facto tal lealdade.

O desafio é grande – enquanto a Nokia vendem 2 milhões Lumias no ultimo trimestre, a Apple vendeu 37 milhões de iPhones e a Samsung despachou mais de 40 milhões de Galaxys – pode-se assumir como vendidos dado que a procura continua extremamente forte para este modelo da Samsung.

Conforme Reuters, as operadoras estão a exigir que a Microsoft invista muito mais no marketing, mas não me parece que isso venha acontecer nos presentes moldes da aliança. Para vencerem, a Nokia e a Microsoft vão ter que inovar e/ou criarem budgets de marketing capazes de chegar e convencer as massas. Por enquanto, não fazem nem um nem o outro.

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