Mobile Payments

Os Bancos Apostam Agora em Mobile Payments – Eles Querem os Seus Dados

Os bancos querem que os seus clientes abdiquem de utilizar o cartão de crédito e/ou dinheiro para passarem a utilizar o seu telemóvel, através de um app, passando o telemóvel por uma espécie de leitor no ponto de venda. Mas estarão eles mesmo dispostos a abdicar da receita da utilização do cartão de crédito? Não por opção própria.

Mobile Payments

A Wall Street Jornal deu a notícia que são agora vários os bancos que nos Estados Unidos lançaram um programa piloto para fornecer o serviço de mobile payments já este verão.

Os bancos querem que os seus clientes abdiquem de utilizar o cartão de crédito e/ou dinheiro para passarem a utilizar o seu telemóvel, através de um app, passando o telemóvel por uma espécie de leitor no ponto de venda. Mas estarão eles mesmo dispostos a abdicar da receita da utilização do cartão de crédito? Não por opção própria.

Para as operadoras e para Google, mobile payments fazem todo o sentido pois quanto mais utilizar o seu telemóvel, mais utiliza os serviços deles. Mas será que os bancos têm os mesmo benefícios? Acima de tudo, os bancos querem se tornar mais relevantes e querem demonstrar que nós necessitamos deles.

Não é obra fácil criar uma rede de pagamentos móveis. Eles vão ter que se certificar que os clientes querem mesmo este serviço e experimentam-no, que os clientes ficam com a percepção da sua segurança e que os comerciantes estão dispostos a ter os leitores nas suas lojas. Tudo isto a competir com a simplicidade de utilizar um cartão de crédito, algo que é já um ritual de todos os consumidores.

Mas os bancos estão mesmo decididos neste novo modelo de pagamentos, e as operadoras nos Estados Unidos, também. Verizon, AT&T e T-Mobile vão lançar muito em breve um sistema de mobile payments que se chama Isis e Google, como já sabemos, já tem o seu Google Wallet algum tempo.

Na semana passada, VISA anunciou um “one-stop” mobile payment solution que quer competir diretamente com Google Wallet e Isis. Quando um consumidor compra um “Visa-certified” smartphone equipado com NFC, contacta a Visa para ativa-lo, o dispositivo fica indexado à conta do utilizador podendo assim ser utilizado para efetuar pagamentos onde payWave seja aceite.

Os bancos sabem que é uma questão de tempo, pois PayPal, Amazon, Google e até possivelmente Facebook, vão estar todos a operar nesta área de negócios. Mas além de se tornarem mais relevantes, os bancos vão ter que dar algo em troca aos comerciantes se querem que os seus sistemas de mobile payments sejam adoptados e isso não se limita a melhores condições.

Como o negocio de pagamentos tem margens muito curtas, uma das vantagens de mobile payments é o facto que os dispositivos (telemóveis) utilizados terem muita informação (dados) sobre os seus utilizadores. O desafio é ter acesso a esses dados com o conhecimento e autorização dos utilizadores – algo que todos tem falhado nos últimos tempos – dados sim, mas sem o conhecimento do utilizador.

Mas como os pagamentos têm margens tão curtas, as alternativas que estão a ser criadas, cobram percentagens menores utilizando os anúncios para aumentar o retorno.

Imagine se vai a uma loja e compra algo com Google Wallet. Google não só sabe onde e quando está lá, bem como o que comprou – imagine o valor desse tipo de informação.  Os bancos não vão ficar fora, isso é garantido.

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