Muito se tem falado na ultima semana sobre onde para os nossos contactos que protegemos nos nossos smartphones a qualquer custo, ou achávamos nós. É que Arun Thampi, um programador da Singapura, apanhou por acaso um app utilizando por milhões de pessoas, a exportar todos os nomes, moradas e emails dos contactos que ele tinha no seu smartphone. E a bronca instaurou-se.
Se por um lado estamos em grande parte a tentar conviver com a nossa exposição online e falta de privacidade que muitos já perceberam ter, por outro nunca imaginámos que toda a informação dos nossos contactos pessoais e profissionais estaria a ser exportado para os servidores de Path.
Pior ainda, durante os dias que seguiram, ficamos a saber que afinal esta pratica não se limita a Path mas que é de facto pratica comum há algum tempo de inúmeros apps, supostamente validados pela Apple.
Mas a conversa não se resumiu a este facto bastante perturbador, Michael Arrington e seu sócio MG Siegler acharam por bem defender Path, esquecendo que provavelmente iria existir um conflito (ou percepção) de interesses dado que a sua empresa CrunchFund seria um dos acionistas. Para quem tem paciência, a telenovela é intrigante. De relembrar que ambos saíram do TechCrunch, site sobre tecnologia e startups, por existir (na opinião de todos menos eles) um conflito de interesses de ter autores influenciadores sobre startups a investirem em, pois, startups.
Mas se para alguns em Silicon Valley, tudo isto parece ser uma tempestade desnecessária, para outros que protestam e lutam pela democracia não irão partilhar da mesma opinião, dado que já há muito tempo pedem para que seja integrado um botão de pânico no caso de serem presos e as autoridades com qual eles lutam, queiram ter acesso aos seus contactos pessoais.
David Morin, CEO da Path, ignorou a noticia explicando simplesmente que esta seria um exemplo de “best practices”, mas depois da revolta online, acabou por pedir desculpa, explicando que o mesmo teria acontecido quase por desleixo.
A realidade é que este tipo de exportação requer programação especifica que indica que na realidade, Path, bem como todos os outros apps, sempre souberam e quiseram recolher estas informações – sem que o utilizador soubesse.
Mas a Apple também acabou por levar por tabela, numa semana em que já estaria a lidar com protestos contra as condições de trabalho na China, bem como o disputo pelo nome iPad que poderá bem impactar o seu futuro na China se não tiver uma rápida resolução.
Apple é conhecida pelos seus processos e forma de validar os apps que são aprovados para viverem no seu ecossistema, mas parece que algo falhou- Apple, como todos os developers de apps, assumiram que esta questão não seria importante para o consumidor, mas acabaram por estar todos errados.
Agora, uma semana após ficarmos a saber de mais uma quebra de confiança, outros sites têm se assumido culpados, pouco a pouco, incluindo Twitter e Foursquare. Será que vai querer ter mais outro app?
O que ficámos também a saber é que free afinal quer dizer gratuito mas não free de freedom.
Imagem: TheVerge
[…] risco de não ser privado, como também os nossos smartphones, através da utilização de apps, partilham todos os nossos contactos, emails, telefones e muito mais.Mas já parou para pensar que todas as vezes que aceita os termos […]
[…] o nosso carinho, o que os marketers adoram chamar brand love.Após sabermos que nem os nossos smartphones e a lista de contactos que temos estava seguro, impossibilitado de ser partilhado com terceiros sem a nossa autorização, […]